terça-feira, 7 de junho de 2016

Olá!

Agora estou com um novo Blog! Mais moderno e com muitas informações e novidades pra vocês.

A partir de hoje estarei postando apenas  no endereço: www.alessandrazimmaro.com.br e no Instagram : DraAleZimmaro.

Adicione meus perfis e fique atualizado em tudo que acontece na Fisioterapia Dermato -funcional!
Telefone para contato:99144-7109
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# drenagemlinfática # drenodetox # LTF #fibroses # cirurgia plástica

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Posso realizar outras técnicas estéticas junto com a liberação tecidual no pós cirúrgico imediato ?


Essa é uma das perguntas que ouço com maior frequência e a resposta é muito simples... NÃO DEVERIA !!!!



Alguns profissionais recomendam o uso de: ultrassom, uma carboxiterapia, uma massagem modeladora para melhorar o resultado da cirurgia e ajudar na drenagem, porém, estes métodos só irão dificultar o processo de cicatrização.Esses profissionais desconhecem o processo de reparo tecidual e acabam recomendando tais técnicas pelo simples fato de que todos recomendam, sem embasamento científico.

Eu mesma , no início de carreira, associava o ultrassom com o intuito de melhorar a cicatrização.Mas estudando e me especializando fui aprendendo que ,a longo prazo, estava piorando e dificultando aquele processo cicatricial.
A explicação, de uma forma bem resumida, é que a estrutura do tecido cicatricial é formada por deposição de matriz extracelular ( principalmente colágeno), e todos os tratamentos que incentivam sua formação, logicamente, irão produzir mais fibroses. Indo  contra o que queremos no pós operatório !!!
UlTRA SOM:
A lesão da cirurgia plástica é em deslocamento, o que caracteriza um ambiente metabólico isquêmico, modificando a interação do ultra som com os tecidos biológicos.
CARBOXITERAPIA:
Na definição da técnica já temos a explicação...ela utiliza o gás carbônico medicinal injetado no tecido transcutâneo com o objetivo de melhorada circulação e oxigenação tecidual,angiogênese e incremento de SÍNTESE DE FIBRAS COLÁGENAS!!!**, logo,favorecendo o aparecimento de fibroses.
Outra questão é a interação do gás no tecido cicatricial , que agrava a formação das fibroses não só pelo trauma da introdução do gás , como pela interação das moléculas do gás com o tecido cicatricial.
RADIOFREQUÊNCIA:
A energia da radiofrequência estimula os fibroblastos a produzir colágeno.A utilização deste tipo de energia pode afetar o mecanismo fisiológico de cicatrização e provocar mais fibroses.

Concluindo, até os três meses de pós operatório, o ideal é que seja feita apenas drenagem linfática  ( só para redução de edema,não adianta em casos de fibrose)ou liberação tecidual.


Fontes:
**Parecer do grupo de trabalho Fisioterapia dermato funcional do Coffito.
www.marianealtomare.com
Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas - Fábio Borges


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Olá!!!!

Novidades neste mês!

Além do atendimento a domicílio, estou atendendo também em consultório na Tijuca, ao lado do metrô da Estação Uruguai.
Um ambiente bem aconchegante , no centro  da Tijuca- RJ, para tratarmos de você!

Fica localizado na Rua Conde de Bonfim, número 615 - sala 201.


Venha marcar sua avaliação de pós cirúrgico!
Trabalho com o que há de mais moderno em recuperação de tecidos cicatriciais, através da técnica de liberação tecidual e miofascial.

Não ficou satisfeita com o resultado de sua cirurgia plástica?

Sua cicatriz ficou alta?

As fibroses não sumiram com a drenagem linfática ( e não iam sumir mesmo!)?

Marque sua avaliação!
Contato diretamente comigo!

Celular:99144-7109

E-mail: xandazimmaro@yahoo.com.br

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domingo, 21 de abril de 2013

FIBROSES

Com a popularização da cirurgia plástica ,cada vez mais aumenta o interesse em relação a beleza , técnicas cirúrgicas e procedimentos pós operatórios.
Num pós operatório podem surgir alguns " imprevistos" absolutamente normais ,devido ao processo cicatricial,e que deixam as pacientes apreensivas quanto ao sucesso da cirurgia. A FIBROSE é um deles.
 A fibrose é um processo de cicatrização presente em todos os procedimentos cirúrgicos, principalmente nas lipoaspirações. Numa cirurgia de lipoaspiração as cânulas formam as fibroses por onde passam  e na hora do procedimento vão formando nódulos cicatriciais na região .

As fibroses são um excesso de fibras de colágeno condensadas e desorganizadas. Por isso, depois de cicatrizadas, ficam em forma de “bolinhas”, “cordas”, “emaranhados”, dando um aspecto feio à pele, que parece enrugada, com “celulite”, depressões, ondulações, tensões que vão ser visíveis a olho nu depois da primeira semana em alguns pacientes, outros, depois que o edema diminuir, duas a três semanas. Veja a ilustração abaixo:


Foto: http://www.clinicauniplast.com.br

Além disso, com a fibrose , a pele fica aderida, perdendo a mobilidade real do tecido, às vezes o movimento de virar para um lado e outro fica dificultado ou não se completa por inteiro prejudicando o sucesso da cirurgia.
Até há algum tempo o tratamento fisioterapêutico para estes tipos de fibrose eram; ultrassom e drenagem linfática .Atualmente, o que há de mais moderno em recuperação pós cirúrgica e  que funciona muito bem,é o LTF®, que significa Liberação Tecidual Funcional, sendo uma técnica MANUAL, criada por uma fisioterapeuta brasileira, Mariane Altomare. Ele tem a função de reorganizar as fibras de colágeno que estão ali condensadas, emaranhadas e desorganizadas. Com objetivo de prevenir e tratar a pele pós-operada.
Apenas com nossas mãos, e o uso correto da técnica, conseguimos eliminar as fibroses, devolvendo o aspecto natural da pele e sua mobilidade.
Já utilizei a técnica em cicatrizes de cesárias antigas e cirurgias de angiologia (varizes) e o resultado foi surpreendente!
 
Quem pode realizar o tratamento com LTF®?
Só e EXCLUSIVAMENTE fisioterapeutas que fizeram o curso. É um método manual sem a utilização de cremes ou óleos.


 


Quando se começa o tratamento depois da cirurgia?
De 3 a 5 dias depois, pois é o período de proliferação na cicatrização, onde eu já tenho produção de matriz intersticial, proliferação de colágeno, e o tecido vai ficando mais rígido e denso.

Funciona para fibroses mais antigas?
Sim, funciona, mesmo antigas o tecido volta a se organizar.

Pode ser usada em qualquer região lipada? Sim, abdômen, face/mento, mamas, pernas, glúteos, onde tiver fibrose.

Quantas sessões são necessárias? De 8 a 15 sessões, 2x por semana, depende da pele.

Ao decidir fazer sua cirurgia plástica não se esqueça de se organizar e procurar um fisioterapeuta dermato- funcional capacitado para tratar seu pós cirúrgico de maneira correta, valorizando seu investimento na cirurgia.FAZ TODA A DIFERENÇA !!!!!!!!!

xandazimmaro@yahoo.com.br


 

domingo, 30 de outubro de 2011

Cirurgia Bariátrica & Cirurgia Plástica







     Segundo o resultado da pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a maior concentração de obesos mórbidos está nas regiões Centro-Oeste e Sul do país.Nessas regiões, o índice é de até 5% da população, dois pontos acima da média nacional.
     A cirurgia bariátrica vem sendo realizada há cerca de 15 anos no Brasil e já apresenta bons resultados na perda de peso, causando reflexos positivos na qualidade de vida, melhora da auto-estima e na saúde física e mental dos pacientes que a ela são submetidos.
     Segundo dados do SUS, em 2006, foram feitas mais de 2,5 mil cirurgias bariátricas e desde 2002, ocorreram 9.945 cirurgias deste tipo, ao custo de R$ 31,5 milhões.
     A cirurgia plástica só deverá ser feita quando o objetivo da perda de peso estipulada pelo cirurgião bariátrico for atingida ou quando ocorrer a estabilização do peso do paciente ( entre 1 e 2 anos após a cirurgia, normalmente).
     Ainda assim, o cirurgião plástico leva em consideração o índice de massa corporal ( IMC) que deve estar abaixo de 30.
     A cirurgia plástica é muito importante para esses pacientes pois eles perdem a elasticidade da pele e começam a apresentar prejuízos na postura, equilíbrio, problemas de integração social e até de relacionamento sexual.
     O cirurgião deve observar cada paciente, saber se está sendo acompanhado por uma equipe multidisciplinar ( normalmente são os que estão mais bem preparados para a etapa da plástica) e se apresentam depressão ou algum tipo de problema ( anemia ou distúrbios metabólicos, por exemplo).
     A principal queixa dos pacientes que procuram a cirurgia plástica é a formação de um avental de pele sobre o abdomen, provocado pela flacidez do tecido cutâneo, que vai até a região pubiana e em alguns casos mais acentuados pode chegar até o meio da coxa. Este excesso de pele provoca um desequilíbrio no corpo, que é compensado pelo desenvolvimento da musculatura e pelo reposicionamento da coluna.
     Normalmente estes pacientes são submetidos a mais de uma cirurgia como: abdominoplastia, mamoplastia, braquioplastia, cirurgia de coxa, lipoaspiração e lifting facial.
     Após a cirurgia, a primeira semana é fundamental para o sucesso do pós operatório. Hemorragias, infecções, necroses, seromas e edemas podem ser evitados simplesmente com repouso,drenagem linfática e curativos adequados.A LTF ( liberação tecidual funcional) também contribui para a prevenção e tratamento de fibroses e aderências, além de auxiliar na drenagem do edema e acelerar a recuperação do paciente.
     Para cada paciente há uma resolução cirúrgica e recomendações distintas no período pós operatório.
     A obesidade mórbida é reconhecida hoje como um problema de saúde pública.É uma doença crônica, progressiva e fatal.Além de ser um fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial sistêmica e alguns tipos de câncer.



Dados de pesquisa do SUS e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Distúrbios Metabólicos

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Silicone gel em cicatrizes de cirurgia plástica

     Devido a grande curiosidade de minhas pacientes em relação a eficácia da fita de silicone, resolvi postar aqui no blog este artigo publicado em 24/08/2010 na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica - Vol.25 número 3.


Silicone gel em cicatrizes de cirurgia plástica: estudo clínico prospectivo
Autores: Henrique N. Radwanski1; Wanda Elizabeth Massiere y Correa2; Tiago José Refosco3; Adilson Farrapeira Junior4; Ivo Pitanguy5
PDF
Descritores: Cirurgia plástica. Géis de silicone. Cicatrização de feridas.
RESUMO:
Introdução: O uso de gel de silicone em cicatrizes data do começo da década de 1980. Desde então, um grande número de trabalhos científicos, e dezenas de diferentes fórmulas do produto, vêm sendo publicados e experimentados, atestando os benefícios do gel de silicone na prevenção de cicatrizes hipertróficas e quelóides. Apesar do mecanismo exato de ação do silicone ainda ser desconhecido, a hipótese mais aceita é que o curativo oclusivo estimula os queratinócitos à maior secreção de fatores de crescimento localmente, influenciando consequentemente a regulação dos fibroblastos. Método: Com o objetivo de comprovar os benefícios do silicone gel na melhora clínica das cicatrizes de etiologia cirúrgica eletiva, foi realizado um estudo prospectivo, numa população miscigenada, no Serviço de Cirurgia Plástica na 38ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Resultados: O gel de silicone demonstrou ação favorável em cicatrizes pós-cirurgia plástica. Conclusão: O uso de silicone gel mostrou-se útil na melhora de cicatrizes recentes, melhorando parâmetros subjetivos e objetivos, como eritema, prurido e endurecimento.

INTRODUÇÃO

     Melhorar o aspecto final de uma cicatriz é um desafio que interessa às diversas especialidades médicas, em especial à cirurgia plástica. A evolução natural de uma incisão cutânea resulta, na maioria dos casos, numa cicatriz linear e fina, mas sempre existe o risco de uma cicatriz hipertrófica ou da formação de um quelóide1,2. Apesar da evolução do conhecimento do processo de cicatrização, ainda não é possível realizar uma incisão cutânea sem deixar uma cicatriz, pois ela representa a consequência de todo ato cirúrgico. O cirurgião plástico deve, portanto, planejar a extensão e a localização da sua incisão, considerando a possibilidade de haver uma cicatriz de má qualidade.

     O silicone, nas mais diversas formulações, tem sido usado na prevenção de cicatrizes hipertróficas ou quelóides, desde os anos 1980, quando artigos científicos demonstraram o benefício destes produtos em cicatrizes consequentes de incisões cirúrgicas, áreas de queimadura e trauma, entre outros. O resultado da grande maioria dos trabalhos aponta para melhora significativa na qualidade final das cicatrizes, de diferentes etiologias, após o uso de produtos à base de silicone gel3-8. É interessante notar, entretanto, que a totalidade dos trabalhos foi realizada em pacientes de pele clara. Sabe-se que existe maior tendência à cicatrização hipertrófica ou quelóide nas pessoas de pele mais escura.

     Este trabalho teve como interesse avaliar a evolução das cicatrizes em uma população miscigenada, usando um produto contendo silicone gel de rápida secagem, em cicatrizes exclusivamente resultantes de cirurgia plástica. Assim, foi planejado um estudo prospectivo, no Serviço de Cirurgia Plástica do Prof. Ivo Pitanguy, na 38ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.


MÉTODO

Casuística

     Os pacientes estavam matriculados na 38ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro / Instituto Ivo Pitanguy e foram selecionados de acordo com critérios de inclusão e exclusão do estudo. Os critérios de inclusão considerados foram: idade entre 15 e 65 anos, cicatriz cirúrgica recente e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de exclusão considerados foram: presença de doença sistêmica ou metabólica ou de ferida cirúrgica aberta, paciente grávida ou com potencial de engravidar, uso de outro medicamento concomitante na cicatriz, participação em outro estudo clínico em andamento ou nos 60 dias precedentes, antecedentes de alergia ao silicone e incapacidade de aplicação do gel.

     O estudo foi realizado entre novembro de 2007 e abril de 2009, num total de 128 pacientes consecutivos. Foram avaliados somente pacientes que se encontravam em pós-operatório de cirurgia plástica, e que tinham indicação de tratar cicatrizes na tentativa de obter um melhor resultado estético.

     Dentre os pacientes que finalizaram o estudo, 96% tinham a origem das cicatrizes em cirurgias realizadas no próprio serviço, e 4%, originados de outro serviço.

     O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e foi realizado de acordo com a Declaração de Helsinki, revisada em 2000, e a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Parâmetros de avaliação

     Todos os pacientes selecionados foram submetidos ao tratamento da cicatriz cirúrgica na fase de remodelação (entre a retirada das últimas suturas e o 3º mês de pós-operatório), exclusivamente com silicone gel (Polysiloxanes, Silicon Dioxide, Kelo-cote®, Farmoquímica) em toda extensão da cicatriz, duas vezes ao dia, num período de 3 a 6 meses. Os pacientes foram avaliados em três períodos distintos da evolução. A primeira avaliação se deu um mês após o início do tratamento, a segunda, no segundo ao quinto mês de uso do produto e a avaliação final, entre o terceiro e sexto mês de uso do produto. Na avaliação inicial, foi realizada a anamnese, coleta de dados demográficos, e verificação dos critérios para inclusão e exclusão no estudo.

     Em todas as avaliações, os pacientes responderam ao questionário de qualidade de vida e suas cicatrizes foram avaliadas por um dos médicos pesquisadores.

     A avaliação de eficácia do tratamento foi realizada por meio da escala de Vancouver (Quadro 1).




     Cabe também ressaltar que foi realizada documentação fotográfica desde a avaliação inicial até o momento da alta clínica de todos os pacientes que concluíram o estudo.

Análise estatística

     A análise estatística foi composta dos seguintes parâmetros:


  • Variação na escala de Vancouver ao longo de três momentos de avaliação (inicial, intermediário e final), analisada pela ANOVA de Friedman e seu respectivo teste de comparações múltiplas;


  • Variação de dados categóricos (eritema, relevo e flexibilidade) ao longo de três momentos de avaliação foi analisada pelo teste de Mc Nemar corrigido.




  •      Dados paramétricos serão apresentados como média ± desvio padrão e os não-paramétricos, como mediana. Foram utilizados métodos não-paramétricos, pois as variáveis não apresentaram distribuição normal devido à dispersão dos dados e a falta de simetria da distribuição. O critério de determinação de significância adotado foi o nível de 5%. A análise estatística foi processada pelo software estatístico SAS system®.


    RESULTADOS

         As características demográficas da população do estudo estão apresentadas na Tabela 1. O sexo feminino representou 98% (125 de 128) da amostra; em 80% dos pacientes não havia qualquer comorbidade.




         No total, 128 pacientes foram incluídos no estudo, mas a análise longitudinal com os dados realizados em três momentos foi de 69 pacientes. Na Tabela 2, descrevemos as razões para o término do tratamento. Podemos observar que 69 concluíram o estudo de acordo com o planejado, portanto são estes os pacientes incluídos nas análises do presente estudo.




         A grande maioria da perda foi atribuída à desistência por parte dos pacientes, principalmente em decorrência dos bons resultados obtidos, sobretudo no início do tratamento, favorecendo assim a descontinuidade do uso do produto, mas parte da perda é atribuída à ocorrência de eventos adversos.

         Com relação a efeitos adversos, houve incidência de 6,25% (n=8) do total de pacientes, principalmente eritema e prurido cutâneo, melhorando com a descontinuação ou pausa no tratamento, não havendo necessidade de qualquer tratamento específico.

         Na Tabela 3, estão apresentados os dados relacionados ao tipo de cicatriz tratada no estudo. A grande maioria das pacientes foi submetida a procedimentos de contorno corporal, o que justifica o fato do maior número de cicatrizes localizadas em tórax e abdome. Oitenta e seis (67,2%) pacientes tiveram suas cicatrizes classificadas inicialmente como normais e 28 (21,8%), como hipertróficas. Foi observado comprimento mediano de 475 mm e largura de 2,5 mm das cicatrizes avaliadas.




         A Tabela 4 fornece a frequência (n) e o percentual (%) dos sintomas/sinais iniciais da cicatriz na amostra de 69 pacientes. Observou-se que o sintoma mais frequente foi o prurido (58,6%), seguido de fisgada (26,6%) e dor (32%); em relação aos sinais, foi o eritema (64,8%), seguido do relevo (28,9%).




    Avaliação de eficácia

         A Figura 1 mostra gráfico com somatório da pontuação na escala de Vancouver nos momentos inicial, intermediário e final.

    Figura 1 - Avaliação de Vancouver. Somatório da pontuação obtida com a escala de Vancouver nas consultas inicial, intermediária e final. Os resultados estão representados pela mediana, valores interquartis e valores mínimo e máximo para cada variável. Teste ANOVA de Friedman, p<0,0001.



         Segundo os testes aplicados, houve melhora significativa nas cicatrizes tratadas com o produto, tomando-se como parâmetro a escala de Vancouver (p<0,0001) ao longo do tratamento, principalmente entre o momento inicial e intermediário (nos 1os três meses), observada por diminuição na pontuação total.

         Com relação à análise da sintomatologia em particular, houve melhora significativa no quesito prurido e na sensibilidade (p<0,0001) ao longo do tratamento, principalmente entre o momento inicial e intermediário (Figura 1).

         Uma análise qualitativa da cicatriz foi realizada em relação a eritema, relevo e flexibilidade das cicatrizes em tratamento, sendo incluídos somente os pacientes que completaram as três revisões (n=69). Nas três características analisadas, houve melhora estatisticamente significativa, porém, com relação ao relevo, a melhora importante se deu entre o momento inicial e final (p<0,0001), sendo que eritema e flexibilidade mostraram resposta mais rápida, como observado com maior detalhe na Figura 2.

    Figura 2 - Evolução percentual de sinais e sintomas. A: Percentual de eritema, classificado de acordo com a escala de Vancouver, nas visitas inicial, intermediária e final. B: Percentual de relevo, classificado de acordo com a escala de Vancouver, nas visitas inicial, intermediária e final.



         A eficácia do tratamento foi considerada muito boa em 62% (n=42) dos pacientes, boa em 28% (n=19), moderada em 7% (n=6) e insatisfatória em 3% (n=2).


    DISCUSSÃO

         O processo de cicatrização é dinâmico, dividido classicamente em três fases que se sobrepõem: inflamação, proliferação e remodelação. É após a 2ª semana da injúria que se inicia o remodelamento do colágeno, com constante síntese e degradação. O aumento do número de ligações cruzadas determina o progressivo fortalecimento da cicatriz, que continuará se remodelando por um longo período, mas sem nunca alcançar a resistência normal da pele. A alteração básica que ocorre, tanto na cicatriz hipertrófica como no quelóide, é uma proliferação continuada de tecido fibroso. A distinção entre as duas entidades é a tendência que o quelóide possui em se projetar além dos limites originais da lesão.

         Incisões cirúrgicas são geralmente feridas limpas, possuindo as melhores condições para uma evolução favorável. Todo cirurgião, de qualquer especialidade, deve orientar seu paciente quanto aos cuidados preventivos para assegurar a melhor qualidade da cicatriz final. Após a retirada das últimas suturas (normalmente até o final da 2ª semana pós-operatória), medidas gerais devem ser adotadas para acelerar a evolução da cicatriz. Além de beneficiá-la diretamente, é importante envolver o paciente, conscientizando-o de seu papel nos cuidados da sua cicatriz, a saber: massagens diárias com óleo mineral (para hidratar a cicatriz e manipular a rede de colágeno em formação); proteção contra irradiação solar; aplicação constante de silicone gel por pelo menos três meses.

         O uso de gel de silicone em cicatrizes data do começo da década de 1980, inicialmente indicado no tratamento de cicatrizes extensas pós-queimadura. Desde então, um grande número de trabalhos, e dezenas de diferentes fórmulas do silicone gel, vêm sendo apresentados, atestando os benefícios deste produto na prevenção de cicatrizes hipertróficas e quelóides. Entretanto, o mecanismo exato de ação ainda é debatido. A hipótese mais aceita é que o curativo oclusivo - obtido com as diferentes apresentações do silicone gel - estimula os queratinócitos à maior secreção de fatores de crescimento localmente, influenciando consequentemente a regulação dos fibroblastos. Acredita-se também que a maior hidratação - pelo fator de oclusão - diminui a permeabilidade capilar, os mediadores inflamatórios e mitogênicos, e a síntese de colágeno.

         Diversos produtos à base de silicone gel estão disponíveis no mercado, e a literatura revela que não há diferença alguma entre eles, no que tange a melhora na qualidade da cicatriz. São todos biocompatíveis, transparentes e inodoros, e podem ser usados na população pediátrica. O gel forma uma camada semi-oclusiva à água e permeável às trocas gasosas. A sua apresentação varia, porém, podendo ser em fita, em gel coesivo, e na forma de gel líquido de secagem rápida. Uma fórmula em spray está sendo desenvolvida, permitindo uma aplicação rápida em extensas áreas. Apesar das semelhanças, existem vantagens na aplicabilidade quando estes produtos são comparados entre si. Por ser um gel de rápida secagem (menos de 1 minuto), o produto usado neste estudo não é pegajoso, permitindo usar roupas diretamente em contato com a cicatriz. Também é possível passar outras substâncias sobre o filme de silicone gel, como protetor solar ou cremes de maquiagem. Por fim, ao contrário de fitas de silicone gel, é possível usar o gel líquido de secagem rápida em áreas expostas, como a face, sem a necessidade de fitas aderentes para manter o produto em contato com a pele.

         Neste trabalho, após acompanhamento de 69 pacientes por seis meses, observamos melhora progressiva no aspecto da cicatriz, avaliado com a escala de Vancouver. Em geral, a melhora nos sintomas foi observada, sem diferenças adicionais, entre os períodos inicial e intermediário, como em prurido e sensibilidade (toda melhora foi observada no 1º período, de três meses). Mas nos sinais avaliados, como eritema, relevo e flexibilidade, foi detectada melhora adicional entre a visita intermediária e final.

         O grupo pesquisado foi representativo de uma população típica miscigenada (portanto mais sujeita às cicatrizes menos favoráveis), dando maior importância ao estudo, uma vez que a literatura somente relata trabalhos realizados em pacientes de cor clara. Entretanto, no presente estudo, foi decidido não tratar apenas parte da cicatriz (mantendo a outra não tratada para controle), nem tampouco houve grupo paralelo sem tratamento (grupo controle), o que permitiria uma análise comparativa entre o benefício do produto e pacientes sem nenhum tratamento. Tal comparação foi feita empiricamente, com a experiência clínica dos pesquisadores.

         Recomenda-se iniciar o uso do silicone gel tão logo as últimas suturas tenham sido retiradas. Não se deve aplicar o produto em feridas abertas, nem em pacientes com história de alergia ao silicone. Idealmente, deve-se deixar o produto em contato com a cicatriz 24 h/dia, o que requer sua aplicação uma ou duas vezes ao dia, dependendo do hábito do paciente em banhar-se. O consenso da literatura é de uso contínuo do gel de silicone por três meses; não havendo melhora, deve-se estender o tempo de aplicação por mais três meses.


    CONCLUSÃO

         Em cicatrizes cutâneas de cirurgias plásticas, tratadas com silicone gel de rápida secagem,  o acompanhamento clínico de 3-6 meses revelou significativa melhora nos seguintes parâmetros: prurido e "repuxamento", endurecimento, elevação e vermelhidão. Uma comparação empírica com pacientes que não usam o silicone gel revela que estes benefícios são percebidos já nas primeiras semanas de uso. A tolerabilidade do produto tem sido excelente, com raros casos de irritação cutânea. O gel de silicone de rápida secagem provou ter os mesmos benefícios dos outros produtos à base de silicone, porém com as vantagens de mais fácil aplicação. O trabalho conclui que o uso de silicone gel em cicatrizes pós-cirurgia plástica é seguro e eficiente na prevenção de cicatrizes de má qualidade.


    REFERÊNCIAS

    1. Pitanguy I, Brentano JM, Bos H, Salgado FS, Mazzarone F. Sistematização dos curativos e acompanhamento pós-operatório em cirurgia estética. Rev Bras Cir. 1988;78(1):67-78.

    2. Fagundes FP, Lago EHJ, Lima BB, Carneiro SC. Cicatrização, cicatrizes e curativos. In: Ramos-E-Silva M, Ribeiro de Castro MC, eds. Fundamentos de dermatologia. Rio de Janeiro:Atheneu;2009. p.2077- 100.

    3. Perkins K, Davey RB, Wallis KA. Silicone gel: a new treatment for burn scars and contractures. Burns Incl Therm Inj. 1983;9(3):201-4.

    4. Mustoe TA, Cooter RD, Gold MH, Hobbs FD, Ramelet AA, Shakespeare PG, et al. International clinical recommendations on scar management. Plast Reconstr Surg. 2002;110(2):560-71.

    5. Berman B, Perez OA, Konda S, Kohut BE, Viera MH, Delgado S, et al. A review of the biologic effects, clinical efficacy, and safety of silicone elastomer sheeting for hypertrophic and keloid scar treatment and management. Dermatol Surg. 2007;33(11):1291-302.

    6. Reish RG, Eriksson E. Scars: a review of emerging and currently available therapies. Plast Reconstr Surg. 2008;122(4):1068-78.

    7. Mustoe TA. Evolution of silicone therapy and mechanism of action in scar management. Aesthetic Plast Surg. 2008;32(1):82-92.

    8. Wolfram D, Tzankov A, Pulzl P, Piza-Katzer H. Hypertrophic scars and keloids: a review of their pathophysiology, risk factors, and therapeutic management. Dermatol Surg. 2009;35(2):171-81.










    1. Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP); Professor assistente e assessor científico do Instituto Ivo Pitanguy.
    2. Membro titular da SBCP; Professor assistente, Coordenadora Geral de Ensino e Pesquisa do Instituto Ivo Pitanguy.
    3. Médico Residente de Cirurgia Plástica do Instituto Ivo Pitanguy, 38ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
    4. Membro associado da SBCP.
    5. Membro titular e patrono da SBCP; Professor titular, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas. Presidente honorário do Instituto Ivo Pitanguy.

    segunda-feira, 12 de setembro de 2011

    Cuidados e Orientações no Pós Parto






    Responsáveis:
    ·         Enfermeira Marina F. Félix (Formada pela Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pós graduada em enfermagem neonatal pela mesma instituição)
    ·         Fisioterapeuta Alessandra Zimmaro (Formada pelo Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, instrutora do método pilates e pós graduada em Fisioterapia Dermato- Funcional pela Universidade Gama Filho)

         Após o nascimento do bebê se inicia uma nova fase: O Puerpério. A mãe se depara responsável por aquela pequena vida tão desejada e toda a realidade da maternidade, que vai desde o alimentar o seu bebê até cuidar de tudo o que envolve a sua vida. É um período belo em que o vínculo mãe-filho se fortalece, mas também é uma fase que exige grandes mudanças de atitudes, adaptações e resistência, emocional e física. Com o intuito de minimizar toda essa tensão e possíveis dificuldades, oferecemos um programa de acompanhamento pós-parto onde auxiliaremos em: cuidados com o bebê, amamentação, drenagem linfática manual na parturiente para tratamento do edema pós parto , cuidados com a cicatriz e prevenção de aderências e fibroses ( em caso de cesárea), recuperação da força muscular abdominal e de todo assoalho pélvico e suporte emocional à puérpera.

         Objetivos:
    ·         Orientar puérperas a cerca do cuidado com RN, promovendo vínculo mãe-bebê, diminuindo a ansiedade e elevando a sua autoconfiança para a maternidade, assim prevenindo possíveis danos a saúde da criança devido a práticas indevidas.
    ·         Reabilitar a parturiente através da drenagem do edema pós- parto, do fortalecimento da musculatura abdominal e do assoalho pélvico e da prevenção de aderências e alterações cicatriciais.
    Público alvo: Puérperas.      

    Conteúdo:
    ·         Importância do aleitamento materno (indicações, contraindicações,  posicionamento e pega correta, posicionamento correto no berço após a mamada, tempo máximo entre uma mamada e outra, cólicas e como aliviá-las e preveni-las);
    ·         Importância da vacinação e exames complementares (prevenção de doenças através da imunização, importância de respeitar o calendário vacinal, teste do pezinho, exame do reflexo vermelho e teste da orelhinha, importância da visita ao pediatra);
    ·         Puericultura (banho, cuidados com a pele do bebê, cuidados com o coto umbilical, prevenção de dermatites de fralda, higienização correta de roupas e objetos do bebê).
    ·         Drenagem Linfática Manual na parturiente, principalmente em membros inferiores.
    ·         Liberação tecidual da cicatriz e regiões adjacentes .
    ·         Utilização do método pilates com a finalidade de fortalecer toda a região pélvica e abdominal e promover uma reeducação postural.

     
          Como posso adquirir as informações ?

         Realizamos consulta a domicílio com preço fixo por visita.Atendemos em toda zona sul (Humaitá, Botafogo,Flamengo,Copacabana, Leme, Ipanema,Leblon,...) e zona Norte ( Tijuca, Andaraí, Grajaú e Méier).

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    Imagens: Anne Guedes