domingo, 30 de outubro de 2011

Cirurgia Bariátrica & Cirurgia Plástica







     Segundo o resultado da pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a maior concentração de obesos mórbidos está nas regiões Centro-Oeste e Sul do país.Nessas regiões, o índice é de até 5% da população, dois pontos acima da média nacional.
     A cirurgia bariátrica vem sendo realizada há cerca de 15 anos no Brasil e já apresenta bons resultados na perda de peso, causando reflexos positivos na qualidade de vida, melhora da auto-estima e na saúde física e mental dos pacientes que a ela são submetidos.
     Segundo dados do SUS, em 2006, foram feitas mais de 2,5 mil cirurgias bariátricas e desde 2002, ocorreram 9.945 cirurgias deste tipo, ao custo de R$ 31,5 milhões.
     A cirurgia plástica só deverá ser feita quando o objetivo da perda de peso estipulada pelo cirurgião bariátrico for atingida ou quando ocorrer a estabilização do peso do paciente ( entre 1 e 2 anos após a cirurgia, normalmente).
     Ainda assim, o cirurgião plástico leva em consideração o índice de massa corporal ( IMC) que deve estar abaixo de 30.
     A cirurgia plástica é muito importante para esses pacientes pois eles perdem a elasticidade da pele e começam a apresentar prejuízos na postura, equilíbrio, problemas de integração social e até de relacionamento sexual.
     O cirurgião deve observar cada paciente, saber se está sendo acompanhado por uma equipe multidisciplinar ( normalmente são os que estão mais bem preparados para a etapa da plástica) e se apresentam depressão ou algum tipo de problema ( anemia ou distúrbios metabólicos, por exemplo).
     A principal queixa dos pacientes que procuram a cirurgia plástica é a formação de um avental de pele sobre o abdomen, provocado pela flacidez do tecido cutâneo, que vai até a região pubiana e em alguns casos mais acentuados pode chegar até o meio da coxa. Este excesso de pele provoca um desequilíbrio no corpo, que é compensado pelo desenvolvimento da musculatura e pelo reposicionamento da coluna.
     Normalmente estes pacientes são submetidos a mais de uma cirurgia como: abdominoplastia, mamoplastia, braquioplastia, cirurgia de coxa, lipoaspiração e lifting facial.
     Após a cirurgia, a primeira semana é fundamental para o sucesso do pós operatório. Hemorragias, infecções, necroses, seromas e edemas podem ser evitados simplesmente com repouso,drenagem linfática e curativos adequados.A LTF ( liberação tecidual funcional) também contribui para a prevenção e tratamento de fibroses e aderências, além de auxiliar na drenagem do edema e acelerar a recuperação do paciente.
     Para cada paciente há uma resolução cirúrgica e recomendações distintas no período pós operatório.
     A obesidade mórbida é reconhecida hoje como um problema de saúde pública.É uma doença crônica, progressiva e fatal.Além de ser um fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial sistêmica e alguns tipos de câncer.



Dados de pesquisa do SUS e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Distúrbios Metabólicos

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Silicone gel em cicatrizes de cirurgia plástica

     Devido a grande curiosidade de minhas pacientes em relação a eficácia da fita de silicone, resolvi postar aqui no blog este artigo publicado em 24/08/2010 na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica - Vol.25 número 3.


Silicone gel em cicatrizes de cirurgia plástica: estudo clínico prospectivo
Autores: Henrique N. Radwanski1; Wanda Elizabeth Massiere y Correa2; Tiago José Refosco3; Adilson Farrapeira Junior4; Ivo Pitanguy5
PDF
Descritores: Cirurgia plástica. Géis de silicone. Cicatrização de feridas.
RESUMO:
Introdução: O uso de gel de silicone em cicatrizes data do começo da década de 1980. Desde então, um grande número de trabalhos científicos, e dezenas de diferentes fórmulas do produto, vêm sendo publicados e experimentados, atestando os benefícios do gel de silicone na prevenção de cicatrizes hipertróficas e quelóides. Apesar do mecanismo exato de ação do silicone ainda ser desconhecido, a hipótese mais aceita é que o curativo oclusivo estimula os queratinócitos à maior secreção de fatores de crescimento localmente, influenciando consequentemente a regulação dos fibroblastos. Método: Com o objetivo de comprovar os benefícios do silicone gel na melhora clínica das cicatrizes de etiologia cirúrgica eletiva, foi realizado um estudo prospectivo, numa população miscigenada, no Serviço de Cirurgia Plástica na 38ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Resultados: O gel de silicone demonstrou ação favorável em cicatrizes pós-cirurgia plástica. Conclusão: O uso de silicone gel mostrou-se útil na melhora de cicatrizes recentes, melhorando parâmetros subjetivos e objetivos, como eritema, prurido e endurecimento.

INTRODUÇÃO

     Melhorar o aspecto final de uma cicatriz é um desafio que interessa às diversas especialidades médicas, em especial à cirurgia plástica. A evolução natural de uma incisão cutânea resulta, na maioria dos casos, numa cicatriz linear e fina, mas sempre existe o risco de uma cicatriz hipertrófica ou da formação de um quelóide1,2. Apesar da evolução do conhecimento do processo de cicatrização, ainda não é possível realizar uma incisão cutânea sem deixar uma cicatriz, pois ela representa a consequência de todo ato cirúrgico. O cirurgião plástico deve, portanto, planejar a extensão e a localização da sua incisão, considerando a possibilidade de haver uma cicatriz de má qualidade.

     O silicone, nas mais diversas formulações, tem sido usado na prevenção de cicatrizes hipertróficas ou quelóides, desde os anos 1980, quando artigos científicos demonstraram o benefício destes produtos em cicatrizes consequentes de incisões cirúrgicas, áreas de queimadura e trauma, entre outros. O resultado da grande maioria dos trabalhos aponta para melhora significativa na qualidade final das cicatrizes, de diferentes etiologias, após o uso de produtos à base de silicone gel3-8. É interessante notar, entretanto, que a totalidade dos trabalhos foi realizada em pacientes de pele clara. Sabe-se que existe maior tendência à cicatrização hipertrófica ou quelóide nas pessoas de pele mais escura.

     Este trabalho teve como interesse avaliar a evolução das cicatrizes em uma população miscigenada, usando um produto contendo silicone gel de rápida secagem, em cicatrizes exclusivamente resultantes de cirurgia plástica. Assim, foi planejado um estudo prospectivo, no Serviço de Cirurgia Plástica do Prof. Ivo Pitanguy, na 38ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.


MÉTODO

Casuística

     Os pacientes estavam matriculados na 38ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro / Instituto Ivo Pitanguy e foram selecionados de acordo com critérios de inclusão e exclusão do estudo. Os critérios de inclusão considerados foram: idade entre 15 e 65 anos, cicatriz cirúrgica recente e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de exclusão considerados foram: presença de doença sistêmica ou metabólica ou de ferida cirúrgica aberta, paciente grávida ou com potencial de engravidar, uso de outro medicamento concomitante na cicatriz, participação em outro estudo clínico em andamento ou nos 60 dias precedentes, antecedentes de alergia ao silicone e incapacidade de aplicação do gel.

     O estudo foi realizado entre novembro de 2007 e abril de 2009, num total de 128 pacientes consecutivos. Foram avaliados somente pacientes que se encontravam em pós-operatório de cirurgia plástica, e que tinham indicação de tratar cicatrizes na tentativa de obter um melhor resultado estético.

     Dentre os pacientes que finalizaram o estudo, 96% tinham a origem das cicatrizes em cirurgias realizadas no próprio serviço, e 4%, originados de outro serviço.

     O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e foi realizado de acordo com a Declaração de Helsinki, revisada em 2000, e a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Parâmetros de avaliação

     Todos os pacientes selecionados foram submetidos ao tratamento da cicatriz cirúrgica na fase de remodelação (entre a retirada das últimas suturas e o 3º mês de pós-operatório), exclusivamente com silicone gel (Polysiloxanes, Silicon Dioxide, Kelo-cote®, Farmoquímica) em toda extensão da cicatriz, duas vezes ao dia, num período de 3 a 6 meses. Os pacientes foram avaliados em três períodos distintos da evolução. A primeira avaliação se deu um mês após o início do tratamento, a segunda, no segundo ao quinto mês de uso do produto e a avaliação final, entre o terceiro e sexto mês de uso do produto. Na avaliação inicial, foi realizada a anamnese, coleta de dados demográficos, e verificação dos critérios para inclusão e exclusão no estudo.

     Em todas as avaliações, os pacientes responderam ao questionário de qualidade de vida e suas cicatrizes foram avaliadas por um dos médicos pesquisadores.

     A avaliação de eficácia do tratamento foi realizada por meio da escala de Vancouver (Quadro 1).




     Cabe também ressaltar que foi realizada documentação fotográfica desde a avaliação inicial até o momento da alta clínica de todos os pacientes que concluíram o estudo.

Análise estatística

     A análise estatística foi composta dos seguintes parâmetros:


  • Variação na escala de Vancouver ao longo de três momentos de avaliação (inicial, intermediário e final), analisada pela ANOVA de Friedman e seu respectivo teste de comparações múltiplas;


  • Variação de dados categóricos (eritema, relevo e flexibilidade) ao longo de três momentos de avaliação foi analisada pelo teste de Mc Nemar corrigido.




  •      Dados paramétricos serão apresentados como média ± desvio padrão e os não-paramétricos, como mediana. Foram utilizados métodos não-paramétricos, pois as variáveis não apresentaram distribuição normal devido à dispersão dos dados e a falta de simetria da distribuição. O critério de determinação de significância adotado foi o nível de 5%. A análise estatística foi processada pelo software estatístico SAS system®.


    RESULTADOS

         As características demográficas da população do estudo estão apresentadas na Tabela 1. O sexo feminino representou 98% (125 de 128) da amostra; em 80% dos pacientes não havia qualquer comorbidade.




         No total, 128 pacientes foram incluídos no estudo, mas a análise longitudinal com os dados realizados em três momentos foi de 69 pacientes. Na Tabela 2, descrevemos as razões para o término do tratamento. Podemos observar que 69 concluíram o estudo de acordo com o planejado, portanto são estes os pacientes incluídos nas análises do presente estudo.




         A grande maioria da perda foi atribuída à desistência por parte dos pacientes, principalmente em decorrência dos bons resultados obtidos, sobretudo no início do tratamento, favorecendo assim a descontinuidade do uso do produto, mas parte da perda é atribuída à ocorrência de eventos adversos.

         Com relação a efeitos adversos, houve incidência de 6,25% (n=8) do total de pacientes, principalmente eritema e prurido cutâneo, melhorando com a descontinuação ou pausa no tratamento, não havendo necessidade de qualquer tratamento específico.

         Na Tabela 3, estão apresentados os dados relacionados ao tipo de cicatriz tratada no estudo. A grande maioria das pacientes foi submetida a procedimentos de contorno corporal, o que justifica o fato do maior número de cicatrizes localizadas em tórax e abdome. Oitenta e seis (67,2%) pacientes tiveram suas cicatrizes classificadas inicialmente como normais e 28 (21,8%), como hipertróficas. Foi observado comprimento mediano de 475 mm e largura de 2,5 mm das cicatrizes avaliadas.




         A Tabela 4 fornece a frequência (n) e o percentual (%) dos sintomas/sinais iniciais da cicatriz na amostra de 69 pacientes. Observou-se que o sintoma mais frequente foi o prurido (58,6%), seguido de fisgada (26,6%) e dor (32%); em relação aos sinais, foi o eritema (64,8%), seguido do relevo (28,9%).




    Avaliação de eficácia

         A Figura 1 mostra gráfico com somatório da pontuação na escala de Vancouver nos momentos inicial, intermediário e final.

    Figura 1 - Avaliação de Vancouver. Somatório da pontuação obtida com a escala de Vancouver nas consultas inicial, intermediária e final. Os resultados estão representados pela mediana, valores interquartis e valores mínimo e máximo para cada variável. Teste ANOVA de Friedman, p<0,0001.



         Segundo os testes aplicados, houve melhora significativa nas cicatrizes tratadas com o produto, tomando-se como parâmetro a escala de Vancouver (p<0,0001) ao longo do tratamento, principalmente entre o momento inicial e intermediário (nos 1os três meses), observada por diminuição na pontuação total.

         Com relação à análise da sintomatologia em particular, houve melhora significativa no quesito prurido e na sensibilidade (p<0,0001) ao longo do tratamento, principalmente entre o momento inicial e intermediário (Figura 1).

         Uma análise qualitativa da cicatriz foi realizada em relação a eritema, relevo e flexibilidade das cicatrizes em tratamento, sendo incluídos somente os pacientes que completaram as três revisões (n=69). Nas três características analisadas, houve melhora estatisticamente significativa, porém, com relação ao relevo, a melhora importante se deu entre o momento inicial e final (p<0,0001), sendo que eritema e flexibilidade mostraram resposta mais rápida, como observado com maior detalhe na Figura 2.

    Figura 2 - Evolução percentual de sinais e sintomas. A: Percentual de eritema, classificado de acordo com a escala de Vancouver, nas visitas inicial, intermediária e final. B: Percentual de relevo, classificado de acordo com a escala de Vancouver, nas visitas inicial, intermediária e final.



         A eficácia do tratamento foi considerada muito boa em 62% (n=42) dos pacientes, boa em 28% (n=19), moderada em 7% (n=6) e insatisfatória em 3% (n=2).


    DISCUSSÃO

         O processo de cicatrização é dinâmico, dividido classicamente em três fases que se sobrepõem: inflamação, proliferação e remodelação. É após a 2ª semana da injúria que se inicia o remodelamento do colágeno, com constante síntese e degradação. O aumento do número de ligações cruzadas determina o progressivo fortalecimento da cicatriz, que continuará se remodelando por um longo período, mas sem nunca alcançar a resistência normal da pele. A alteração básica que ocorre, tanto na cicatriz hipertrófica como no quelóide, é uma proliferação continuada de tecido fibroso. A distinção entre as duas entidades é a tendência que o quelóide possui em se projetar além dos limites originais da lesão.

         Incisões cirúrgicas são geralmente feridas limpas, possuindo as melhores condições para uma evolução favorável. Todo cirurgião, de qualquer especialidade, deve orientar seu paciente quanto aos cuidados preventivos para assegurar a melhor qualidade da cicatriz final. Após a retirada das últimas suturas (normalmente até o final da 2ª semana pós-operatória), medidas gerais devem ser adotadas para acelerar a evolução da cicatriz. Além de beneficiá-la diretamente, é importante envolver o paciente, conscientizando-o de seu papel nos cuidados da sua cicatriz, a saber: massagens diárias com óleo mineral (para hidratar a cicatriz e manipular a rede de colágeno em formação); proteção contra irradiação solar; aplicação constante de silicone gel por pelo menos três meses.

         O uso de gel de silicone em cicatrizes data do começo da década de 1980, inicialmente indicado no tratamento de cicatrizes extensas pós-queimadura. Desde então, um grande número de trabalhos, e dezenas de diferentes fórmulas do silicone gel, vêm sendo apresentados, atestando os benefícios deste produto na prevenção de cicatrizes hipertróficas e quelóides. Entretanto, o mecanismo exato de ação ainda é debatido. A hipótese mais aceita é que o curativo oclusivo - obtido com as diferentes apresentações do silicone gel - estimula os queratinócitos à maior secreção de fatores de crescimento localmente, influenciando consequentemente a regulação dos fibroblastos. Acredita-se também que a maior hidratação - pelo fator de oclusão - diminui a permeabilidade capilar, os mediadores inflamatórios e mitogênicos, e a síntese de colágeno.

         Diversos produtos à base de silicone gel estão disponíveis no mercado, e a literatura revela que não há diferença alguma entre eles, no que tange a melhora na qualidade da cicatriz. São todos biocompatíveis, transparentes e inodoros, e podem ser usados na população pediátrica. O gel forma uma camada semi-oclusiva à água e permeável às trocas gasosas. A sua apresentação varia, porém, podendo ser em fita, em gel coesivo, e na forma de gel líquido de secagem rápida. Uma fórmula em spray está sendo desenvolvida, permitindo uma aplicação rápida em extensas áreas. Apesar das semelhanças, existem vantagens na aplicabilidade quando estes produtos são comparados entre si. Por ser um gel de rápida secagem (menos de 1 minuto), o produto usado neste estudo não é pegajoso, permitindo usar roupas diretamente em contato com a cicatriz. Também é possível passar outras substâncias sobre o filme de silicone gel, como protetor solar ou cremes de maquiagem. Por fim, ao contrário de fitas de silicone gel, é possível usar o gel líquido de secagem rápida em áreas expostas, como a face, sem a necessidade de fitas aderentes para manter o produto em contato com a pele.

         Neste trabalho, após acompanhamento de 69 pacientes por seis meses, observamos melhora progressiva no aspecto da cicatriz, avaliado com a escala de Vancouver. Em geral, a melhora nos sintomas foi observada, sem diferenças adicionais, entre os períodos inicial e intermediário, como em prurido e sensibilidade (toda melhora foi observada no 1º período, de três meses). Mas nos sinais avaliados, como eritema, relevo e flexibilidade, foi detectada melhora adicional entre a visita intermediária e final.

         O grupo pesquisado foi representativo de uma população típica miscigenada (portanto mais sujeita às cicatrizes menos favoráveis), dando maior importância ao estudo, uma vez que a literatura somente relata trabalhos realizados em pacientes de cor clara. Entretanto, no presente estudo, foi decidido não tratar apenas parte da cicatriz (mantendo a outra não tratada para controle), nem tampouco houve grupo paralelo sem tratamento (grupo controle), o que permitiria uma análise comparativa entre o benefício do produto e pacientes sem nenhum tratamento. Tal comparação foi feita empiricamente, com a experiência clínica dos pesquisadores.

         Recomenda-se iniciar o uso do silicone gel tão logo as últimas suturas tenham sido retiradas. Não se deve aplicar o produto em feridas abertas, nem em pacientes com história de alergia ao silicone. Idealmente, deve-se deixar o produto em contato com a cicatriz 24 h/dia, o que requer sua aplicação uma ou duas vezes ao dia, dependendo do hábito do paciente em banhar-se. O consenso da literatura é de uso contínuo do gel de silicone por três meses; não havendo melhora, deve-se estender o tempo de aplicação por mais três meses.


    CONCLUSÃO

         Em cicatrizes cutâneas de cirurgias plásticas, tratadas com silicone gel de rápida secagem,  o acompanhamento clínico de 3-6 meses revelou significativa melhora nos seguintes parâmetros: prurido e "repuxamento", endurecimento, elevação e vermelhidão. Uma comparação empírica com pacientes que não usam o silicone gel revela que estes benefícios são percebidos já nas primeiras semanas de uso. A tolerabilidade do produto tem sido excelente, com raros casos de irritação cutânea. O gel de silicone de rápida secagem provou ter os mesmos benefícios dos outros produtos à base de silicone, porém com as vantagens de mais fácil aplicação. O trabalho conclui que o uso de silicone gel em cicatrizes pós-cirurgia plástica é seguro e eficiente na prevenção de cicatrizes de má qualidade.


    REFERÊNCIAS

    1. Pitanguy I, Brentano JM, Bos H, Salgado FS, Mazzarone F. Sistematização dos curativos e acompanhamento pós-operatório em cirurgia estética. Rev Bras Cir. 1988;78(1):67-78.

    2. Fagundes FP, Lago EHJ, Lima BB, Carneiro SC. Cicatrização, cicatrizes e curativos. In: Ramos-E-Silva M, Ribeiro de Castro MC, eds. Fundamentos de dermatologia. Rio de Janeiro:Atheneu;2009. p.2077- 100.

    3. Perkins K, Davey RB, Wallis KA. Silicone gel: a new treatment for burn scars and contractures. Burns Incl Therm Inj. 1983;9(3):201-4.

    4. Mustoe TA, Cooter RD, Gold MH, Hobbs FD, Ramelet AA, Shakespeare PG, et al. International clinical recommendations on scar management. Plast Reconstr Surg. 2002;110(2):560-71.

    5. Berman B, Perez OA, Konda S, Kohut BE, Viera MH, Delgado S, et al. A review of the biologic effects, clinical efficacy, and safety of silicone elastomer sheeting for hypertrophic and keloid scar treatment and management. Dermatol Surg. 2007;33(11):1291-302.

    6. Reish RG, Eriksson E. Scars: a review of emerging and currently available therapies. Plast Reconstr Surg. 2008;122(4):1068-78.

    7. Mustoe TA. Evolution of silicone therapy and mechanism of action in scar management. Aesthetic Plast Surg. 2008;32(1):82-92.

    8. Wolfram D, Tzankov A, Pulzl P, Piza-Katzer H. Hypertrophic scars and keloids: a review of their pathophysiology, risk factors, and therapeutic management. Dermatol Surg. 2009;35(2):171-81.










    1. Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP); Professor assistente e assessor científico do Instituto Ivo Pitanguy.
    2. Membro titular da SBCP; Professor assistente, Coordenadora Geral de Ensino e Pesquisa do Instituto Ivo Pitanguy.
    3. Médico Residente de Cirurgia Plástica do Instituto Ivo Pitanguy, 38ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
    4. Membro associado da SBCP.
    5. Membro titular e patrono da SBCP; Professor titular, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas. Presidente honorário do Instituto Ivo Pitanguy.

    segunda-feira, 12 de setembro de 2011

    Cuidados e Orientações no Pós Parto






    Responsáveis:
    ·         Enfermeira Marina F. Félix (Formada pela Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pós graduada em enfermagem neonatal pela mesma instituição)
    ·         Fisioterapeuta Alessandra Zimmaro (Formada pelo Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, instrutora do método pilates e pós graduada em Fisioterapia Dermato- Funcional pela Universidade Gama Filho)

         Após o nascimento do bebê se inicia uma nova fase: O Puerpério. A mãe se depara responsável por aquela pequena vida tão desejada e toda a realidade da maternidade, que vai desde o alimentar o seu bebê até cuidar de tudo o que envolve a sua vida. É um período belo em que o vínculo mãe-filho se fortalece, mas também é uma fase que exige grandes mudanças de atitudes, adaptações e resistência, emocional e física. Com o intuito de minimizar toda essa tensão e possíveis dificuldades, oferecemos um programa de acompanhamento pós-parto onde auxiliaremos em: cuidados com o bebê, amamentação, drenagem linfática manual na parturiente para tratamento do edema pós parto , cuidados com a cicatriz e prevenção de aderências e fibroses ( em caso de cesárea), recuperação da força muscular abdominal e de todo assoalho pélvico e suporte emocional à puérpera.

         Objetivos:
    ·         Orientar puérperas a cerca do cuidado com RN, promovendo vínculo mãe-bebê, diminuindo a ansiedade e elevando a sua autoconfiança para a maternidade, assim prevenindo possíveis danos a saúde da criança devido a práticas indevidas.
    ·         Reabilitar a parturiente através da drenagem do edema pós- parto, do fortalecimento da musculatura abdominal e do assoalho pélvico e da prevenção de aderências e alterações cicatriciais.
    Público alvo: Puérperas.      

    Conteúdo:
    ·         Importância do aleitamento materno (indicações, contraindicações,  posicionamento e pega correta, posicionamento correto no berço após a mamada, tempo máximo entre uma mamada e outra, cólicas e como aliviá-las e preveni-las);
    ·         Importância da vacinação e exames complementares (prevenção de doenças através da imunização, importância de respeitar o calendário vacinal, teste do pezinho, exame do reflexo vermelho e teste da orelhinha, importância da visita ao pediatra);
    ·         Puericultura (banho, cuidados com a pele do bebê, cuidados com o coto umbilical, prevenção de dermatites de fralda, higienização correta de roupas e objetos do bebê).
    ·         Drenagem Linfática Manual na parturiente, principalmente em membros inferiores.
    ·         Liberação tecidual da cicatriz e regiões adjacentes .
    ·         Utilização do método pilates com a finalidade de fortalecer toda a região pélvica e abdominal e promover uma reeducação postural.

     
          Como posso adquirir as informações ?

         Realizamos consulta a domicílio com preço fixo por visita.Atendemos em toda zona sul (Humaitá, Botafogo,Flamengo,Copacabana, Leme, Ipanema,Leblon,...) e zona Norte ( Tijuca, Andaraí, Grajaú e Méier).

         Para maiores informações:

        


           


    Imagens: Anne Guedes

    segunda-feira, 5 de setembro de 2011

    Terapia Manual no P.O. de Cirurgia Plástica

        

         Atualmente cada vez mais as técnicas manuais estão sendo utilizadas por nós fisioterapeutas pela resposta imediata que elas oferecem.A otimização do tratamento pela terapia manual consegue reduzir pela metade o tempo de recuperação de uma cirurgia plástica e associada com a cinesioterapia e exercícios respiratórios e posturais temos uma recuperação completa do paciente de modo harmônico e funcional.
         A drenagem linfática manual , muito utilizada em tratamentos estéticos e pós cirúrgicos, muitas vezes não é suficiente para conseguirmos um resultado satisfatório com ausência de fibroses, aderências e edema residual.
         Utilizo em meus tratamentos a técnica desenvolvida pela fisioterapeuta Prof.Ms.Mariane Altomare denominada LTF - Liberação Tecidual Funcional.
         A LTF consiste em uma técnica manual onde uma tensão mecânica é realizada com o objetivo de provocar modificações estruturais e consequentemente reorganizar tecidos com alterações funcionais decorrentes de um trauma tecidual ( uma cirurgia,por exemplo).Como resultados temos uma reorganização do tecido cicatricial e uma maior reabsorção do edema mantendo a mobilidade tecidual e a funcionalidade, assim tratando e prevenindo o aparecimento de fibroses e aderências teciduais.

    sábado, 27 de agosto de 2011

    Fisioterapia Pós Parto

        

     O trabalho do fisioterapeuta no puerpério consiste principalmente na prevenção e no tratamento de alterações respiratórias, músculo-esqueléticas e circulatórias.Ele ainda engloba as orientações necessárias para que a mamãe possa cuidar de seu bebê com total conscientização de seu corpo, prevenindo assim alterações posturais e dor.
         A mulher que necessita de uma cesariana terá desconfortos comuns a qualquer cirurgia abdominal, assim como a que optou por parto natural, e necessitará de cuidados específicos para uma boa recuperação.Todo o seu trato urinário, gastrointestinal, assoalho pélvico e útero sofrerão alterações.
         Os principais objetivos da fisioterapia pós parto são:
    • Fisioterapia Respiratória: tem como objetivo a prevenção de complicações pulmonares e a melhora da ventilação pós anestesia.
    • Drenagem Linfática Manual: para o tratamento do edema pós gestação, principalmente em membros inferiores.
    • Fisioterapia músculo-esquelética: visa o fortalecimento abdominal e de todo o assoalho pélvico, restaurando o tônus muscular, desenvolve a força dos membros superiores para a amamentação e cuidados com o bebê e previne lesões.
    • Fisioterapia Dermato-funcional: avalia a existência de diástase abdominal ( reto abdominal), previne fibroses e aderências na área da cicatriz cesareana através da mobilização e massagem transversa e informa sobre os cuidados com a incisão.
    • Pilates: como atividade física para o recondicionamento físico e preparação do corpo para os cuidados com o bebê.
         O atendimento é realizado a domicílio ou em consultório de duas a três vezes por semana com duração de 60 minutos e horários pré marcados com o fisioterapeuta.

    Fonte em 27/08/11:
      www.unifafibe.com.br/revistasonline
    www.scielo.br/fisioterapianoposparto
    http://www.anneguedes.com/

    Fisioterapia para Gestantes

            

         A gravidez é um período único de realização e auto-conhecimento da mulher e nada melhor do que corpo e mente estarem sintonizados com a mesma energia, livres de ansiedade, alterações posturais e dor.
         No período pré-parto o trabalho do fisioterapeuta junto a gestante é de extrema importância para o seu bem-estar e do bebê durante esses nove meses e também na hora do parto.
         A fisioterapia atua neste momento visando a saúde física e mental da gestante, reduzindo tensões, auxiliando na interação mãe e bebê, reduzindo desconfortos músculo-esqueléticos, edemas e incontinência urinária, promovendo relaxamento , ganho de força muscular e flexibilidade, favorecendo assim uma recuperação pós- parto mais rápida e fácil e uma melhora da sua qualidade de vida.
         A execução de exercícios durante a gravidez evita o ganho de peso, reduz o estresse cardiovascular, previne algias nas regiões da coluna vertebral, estimula a boa postura e a conscientização de sua imagem corporal , melhorando seu estado psicológico e sua auto-estima.
         O método  Pilates é um dos recursos usados para promover conforto a gravidez e ao parto pois é um método seguro com foco na estabilidade da musculatura postural ( reduzindo contraturas musculares e algia principalmente na região da coluna lombar e tensões musculares em áreas como ombros e pescoço) e do assoalho pélvico ( melhorando a capacidade de contração e relaxamento na hora da expulsão do bebê), além de trabalhar a flexibilidade, alongamento, fortalecimento muscular, conscientização corporal e treino da respiração.
         Utilizamos também recursos eletroterápicos para o alívio de dores musculares.
         A fisioterapia dermato-funcional atua neste período através da drenagem linfática manual e no cuidado com o corpo através de esfoliações e hidratação corporal.
         A drenagem linfática manual é uma massagem leve, rítmica e lenta realizada no sentido do fluxo linfático fisiológico e seus maiores benefícios são: redução da retenção hídrica, melhora da oxigenação dos tecidos, prevenção e redução de edema, reforço do sistema imunológico, auxilia na eliminação de dejetos metabólicos, promove a sensação de bem-estar por relaxamento e contribui para o alívio da sensação de cansaço nos membros inferiores.
        A drenagem pode ser iniciada após o terceiro mês de gestação e são realizadas sessões a domicilio ou em consultório de uma a três vezes por semana durante aproximadamente 60 minutos.

    Fonte:www.blogespaçomaterna.blogspot.com  em 27/08/11.
    Imagem:www.saude.culturamix.com

    quinta-feira, 28 de julho de 2011

    Spectra (radiofrequência)

     
    


         Primeiro aparelho de radiofrequência produzido no Brasil pela Tonederm que produz efeito térmico através de duas manoplas que aplicam tratamentos de rejuvenescimento facial e corporal, como no caso de flacidez,FEG, envelhecimento e até gordura localizada de forma indolor e não invasiva.
         A elevação da temperatura interna do tecido promove um aumento da circulação sanguínea em direção ao tecido conectivo estimulando a drenagem linfática e diminuindo a concentração de toxinas além de promover uma hiperemia cutânea,um aumento da elasticidade dos tecidos ricos em colágeno, lipólise ( quebra de gordura) e uma neocolagenogênese.
         Nos casos de fibroses pós-operatórias de lipoaspiração, principalmente aquelas que não são retiradas com tratamentos convencionais, o uso da radiofrequência é a solução.Nas fibroses crônicas, que permanecem na região por muito tempo e ficam cada vez mais rígidas, a radiofrequência praticamente resolve o problema.
         Indicações:flacidez ( promove o efeito lifting sem cirurgia), envelhecimento, fibroses e aderências, FEG, adiposidade localizada, equimoses, edemas densos, cicatriz pós-acne, cicatriz pós-fibrose, rugas faciais por repetição de movimentos, alopecia ( queda de cabelo).
         Algumas contra-indicações: marca passo, câncer ou metástase, gravidez, diabetes, infecções, artrite,varizes,osteossínteses...

    


         Como funciona  a Radiofreqüência?     O objetivo do tratamento é aumentar a temperatura do tecido no sentido de alcançar uma temperatura local de 40 ºC a 43 ºC, o que desencadeia uma sequência de reações fisiológicas: aquecimento do tecido induz o aparecimento de vasodilatação local e estímulo à formação de novo colágeno (neocolagênese).
         Durante a aplicação, o calor gerado deve ser monitorado de acordo com o relato do paciente e medido através de um termômetro que acompanha o equipamento. Desta forma, o profissional monitora o aumento de temperatura até que a temperatura ideal seja atingida. É usado de cinco a dez minutos de aplicação por região, portanto o tempo total de aplicação é de acordo com a necessidade do paciente.
        O tratamento é indolor, não invasivo e não ablativo, o que faz com que a rotina diária dos pacientes não seja alterada. É um tratamento possível de ser realizado em qualquer época do ano ou fototipo do paciente. O procedimento é acompanhado por uma sensação de intenso calor e eritema moderado que é mantido por algumas horas.
         O aquecimento tecidual endôgeno é conseguido através das características construtivas para cada tipo de eletrodo aplicador, onde o fluxo da corrente elétrica de alta frequência no tecido local provoca a elevação da temperatura por efeito joule (aquecimento seletivo tecidual). Como resultado, as fibras colágenas contraem aumentando a síntese de um novo colágeno (neocolagenese progressiva).Além disso, há um incremento no aporte sanguíneo e vascularização na área promovendo a descompressão dos tecidos tratados, justificando os efeitos do fluxo da corrente de rádio-frequencia na celulite, fibrose, aderências teciduais e flacidez de pele.
        Em quanto Tempo Aparecem Resultados?     Terminada a sessão já é possível ver a contração de tecidos, efeito cinderela. Com o passar das sessões ocorre uma melhora duradoura nos resultados.


     É o tratamento mais moderno contra a flacidez!Marque já uma avaliação!


    Celebridades que fazem Spectra Tone Derm:

    spectra tone derm

        Depoimento de Luciana Gimenez no You tube.Acesse o link:
    http://youtu.be/EjS18isepyM


    Webibliografia:
    Bibliografia:

    • Borges,Fabio dos Santos.Dermato- Funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas- 2 ed. -São Paulo:Phorte, 2010.

    PEELING DE DIAMANTE (MICRODERMOABRASÃO)

         A palavra peeling vem do inglês " to peel" e significa " descascar".Sua principal finalidade é promover a aceleração da mitose celular fisiológica resultando em um tecido epitelial mais fino, viçoso e saudável.O peeling promove a renovação da capa córnea da epiderme ( camada mais superficial da pele) e neovascularização com aumento da colagênese e consequentemente atenuação das marcas de expressão mais visíveis.
         As áreas mais comuns para aplicação são:face, braço, antebraço, dorso das mãos, musculatura dorsal e ventral, glúteos, região supratrocanteriana e infratrocanteriana.
         A manutenção deve ser mensal e depois bimestral.
         Indicações: pré- cirúrgico de ritidoplastia e rinoplastia, rugas finas, pele lipídica (oleosa), discromias difusas ( favorecendo um clareamento epitelial), sequelas de acne, quelóides e cicatrizes hipertróficas, foliculite, hiperqueratose e estrias.
         Contra-indicações: lesões de pele com processos inflamatórios.

    Deixe sua pele mais jovem e saudável !!!




    Bibliografia:
    • Borges, Fabio dos Santos. Dermato-Funcional:Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas/2. ed. - São Paulo: Phorte,2010.

    sábado, 9 de julho de 2011

    Fibro Edema Gelóide

        

         Vocês com certeza conhecem muito bem essa afecção, porém, com um outro nome usado incorretamente! Isso mesmo, é a terrível CELULITE !
         Para entendermos melhor o que é celulite e por quê nós mulheres somos "privilegiadas" com esses terríveis "furinhos" começarei diferenciando os dois termos:
    • CELULITE : é o termo usado para uma inflamação de qualquer tecido celular associado a uma infecção bacteriana.É indiscutivelmente tratada pelo médico.
    • FIBRO EDEMA GELÓIDE ( FEG) : É uma afecção dos tecidos cutâneo (pele) e adiposo (gordura) ocorrendo alterações estruturais na derme (camada da pele), micro circulação e adipócitos (células de gordura).Podem provocar dor nas áreas afetadas , diminuição das atividades funcionais e até mesmo problemas emocionais.Trata-se de um tecido pouco oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultante de um mau funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações do tecido conjuntivo.
         Existem fatores predisponentes que aumentam a probabilidade da instalação da FEG.São eles: genética, idade, sexo ( principalmente mulheres devido a estrutura celular) e desequilíbrio hormonal.
         E fatores determinantes para sua instalação: estresse, fumo, sedentarismo, perturbação metabólica ( diabetes, por exemplo), maus hábitos alimentares e desequilíbrios glandulares.
         Na literatura encontramos diferentes graus que identificam os estágios da FEG:
    • Grau 1: Ao olharmos a pele, não é visível.É apenas percebida quando realizamos uma compressão da pele entre os dedos ou solicitamos uma contração muscular.Não há alteração de sensibilidade nem de dor.
    • Grau 2: Neste estágio só de olharmos identificamos alteração na pele como " casca de laranja" e já há alteração de sensibilidade, ficando mais evidente quando realizamos a compressão tecidual.
    • Grau 3: Já é observada tanto na posição deitada, sentada ou em pé.A pele é enrugada e flácida.A aparência da pele assemelha-se a um " saco de nozes" com aumento da sensibilidade e dor.
    • Grau 4:Os nódulos gordurosos tornam-se muito volumosos, endurecidos e sensíveis ao toque.Há uma importante retração tecidual provocando depressões.Os membros inferiores tornam-se, quando acometidos, pesados,gelados, inchados e muito doloridos.
                                                                                        
                    
    
                                                                
         De acordo com a minha vivência clínica e com a literatura,a fisioterapia dermato-funcional obtêm excelentes resultados, principalmente nos graus 1 e 2 através da melhora da circulação local, da drenagem da região e da liberação tecidual.
         As localizações preferenciais de instalação da FEG são:
    1.  Porção superior de coxas ( interna e externa)
    2. Porção interna de joelhos
    3. Região glútea
    4. Porção superior dos braços ( anterior e posterior)
         Infelizmente as únicas regiões do corpo que não são atingidas são: palmas das mãos, plantas dos pés e couro cabeludo.
         Após uma avaliação terapêutica o fisioterapeuta escolherá a combinação dos melhores tratamentos de acordo com o grau da FEG e o aspecto da pele, sendo eles: ultrassom, endermoterapia, drenagem linfática manual, eletrolipoforese...
         Porém vale ressaltar que todos os tratamentos  devem ser associados a uma alimentação saudável ( livre de gorduras, frituras e doces) e a exercícios físicos pelo menos 3x por semana.
         Marque uma avaliação e fique mais feliz com o seu corpo !!!


    Fonte:
    

    domingo, 3 de julho de 2011

    Drenagem Linfática Manual

         Segundo a bibliografia, a drenagem linfática manual foi criada na europa, mais precisamente na Alemanha, em 1932 ,pelo fisiologista dinamarquês Emil Vodder e sua esposa.
         Ao longo do tempo outros pesquisadores como Foldi, Leduc e Casley Smith foram aperfeiçoando o método utilizando como base conhecimentos de anatomia e fisiologia.
         Atualmente, a massagem de drenagem linfática é reconhecida internacionalmente não só como base para tratamentos estéticos, mas também para o tratamento de afecções de natureza angiológica, traumática, neurológica, metabólica e cirúrgica.
         Para entendermos melhor, podemos comparar o sistema linfático a um sistema de "gari" que remove o excesso de líquidos, moléculas proteicas e detritos celulares que não conseguem passar para o sistema venoso ( sangue).
         O que nós fisioterapeutas realizamos com a manobra da drenagem linfática é aumentar o volume de linfa admitido pelos capilares linfáticos através do aumento da velocidade de seu transporte.
         A manobra de drenagem deve ser leve, monótona e ritmica.Em HIPÓTESE NENHUMA a pele deve ficar AVERMELHADA,  com EQUIMOSES ( ROXA) e nem provocar DOR, pois os capilares linfáticos são mais finos do que um fio de cabelo, assim, uma pressão mais forte poderia obstruí-los chegando até mesmo a danificá-los.
         Outra coisa que vocês devem ficar atentos quanto a execução  correta da técnica é que o profissional não deve usar nenhum tipo de óleo ou creme para realizar a drenagem pois dificultariam o tato e provocariam o deslizamento dos dedos sobre a pele, o que não deve ocorrer.
         Principais indicações de drenagem linfática: pós-operatórios de cirurgia plástica ( facial e corporal) , durante o período de TPM ( em casos de edema), no período gestacional, em casos de fibroedemagelóide ( celulite), pós -operatório de cirurgias odontológicas, casos traumato-ortopédicos ( entorses e edemas em geral), casos angiológicos ( varizes e sensação de cansaço nos membros inferiores)...
         A drenagem linfática é contra- indicada em casos como: febre, enfermidades da pele, flebite, trombose e tromboflebite ( pois poderiam mobilizar o trombo e causar embolia), hipertireoidismo ( pois o metabolismo já está aumentado), tumores malignos, casos de hipertensão severa ( aumentaria ainda mais a pressão arterial) , distúrbios cardíacos ( infarto, angina), infecções agudas entre outros.
         Por fim, as manobras executadas devem seguir a direção do fluxo linfático, para isso, o profissional que irá executá-la deverá ter o pleno conhecimento do percurso das principais vias linfáticas e de seus afluentes.


          FISIOTERAPIA É COM FISIOTERAPEUTA!!!!